quinta-feira, outubro 26, 2006

Somos irmãos...


Um caso raro na genética foi registrado neste ano em Middlesbrough, no Reino Unido. Administradora de um supermercado local, Kerry Richardson, 27, deu à luz gêmeos bem diferentes. Um é loiro como o pai, enquanto o outro se parece com a mãe, que é descendente de nigerianos.

Irmãos gêmeos Kaydon (à esquerda) e Layton Richardson

Os irmãos --Kaydon, que parece com a mãe, e Layton-- nasceram no hospital universitário James Cook no dia 23 de julho. Segundo disse Kerry Richardson à publicação britânica "The Journal", que revelou o caso nesta quarta-feira, os bebês atraem atenção em todos os lugares por que passam. "Logo que eles nasceram, ninguém percebia nada de diferente, eles eram praticamente da mesma cor. Mas nos últimos meses Layton ficou ainda mais claro e loiro e Kaydon ficou mais escuro, como eu", disse a mãe. Segundo o geneticista Stephen Withers, trata-se de um caso raro, que ocorre, em média, uma vez a cada um milhão de nascimentos de gêmeos.

sábado, outubro 14, 2006

Tentamos ignorá-la










Muhammad Yunus, inventor do conceito do micro-crédito, é o novo Nobel da Paz. A sua é uma história bonita que começa com a grande fome em Bangladesh no ano de 1974.

‘Nós tentamos ignorá-la’, ele diz. ‘Mas as pessoas que mais pareciam esqueletos começaram a aparecer na capital, Dhaka. ‘Então aqueles um e outro se transformaram numa enchente de pessoas. Eles ficavam tão imóveis ao sentar que não dava para ter certeza se estavam vivos ou mortos. Todos se pareciam: homens, mulheres, crianças. Os velhos pareciam crianças e as crianças pareciam velhos.’

A emoção que ele sentiu um dia estudando economia e ensinando seus alunos a respeito de teorias econômicas elegantes que supostamente poderiam curar os males da sociedade desapareceu. Conforme a fome piorava ele começou a odiar as coisas que dizia em aula.

‘Nada nas teorias econômicas que eu ensinava refletia a vida ao meu redor. Como é que eu poderia contar a meus alunos histórias de faz de conta em nome da economia? Eu precisava fugir dos livros texto para descobrir a economia da vida real de uma pessoa pobre.’

Yunnus tentou muita coisa nos dez anos seguintes mas nada, ele percebeu, dava tão certo quanto o empréstimo de muito pouco dinheiro. Ele inverteu o princípio seguido por todos os bancos da história: ao invés de cobrar de quem levava o dinheiro que provassem as condições de pagar, queria que provassem a total falta de condições; ao invés de preferir emprestar para homens, que em geral têm maior capacidade de ganho financeiro, preferiu mulheres que planejam a mais longo prazo e dividem lucros com a família.

Seu Banco Grameen, com quem divide o Prêmio Nobel da Paz, foi fundado em 1984. Já emprestou 4,7 bilhões de dólares para 4,4 milhões de famílias em seu país. É distribuição de renda, um dos planos mais ousados de distribuição de renda em curso. Não é um Nobel político, do tipo uma indireta para um governo ou para outro, como muitas vezes é o Nobel da Paz.

Mas tem um recado embutido aí: eliminando a pobreza, a paz fica mais perto, não importa onde.

Yunnus, que é um otimista, acha que no futuro as pessoas irão ao museu para saber como era pobreza.

Fonte: No mínimo weblog

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