Pergunta do filme "O manto sagrado", dita por alguém doente pela culpa. E a cura de todos os tormentos é o perdão, a nós mesmos e aos outros.
Porque 𝒕𝒐𝒅𝒐𝒔 𝒏ó𝒔 𝒋á 𝒆𝒔𝒕𝒊𝒗𝒆𝒎𝒐𝒔 𝒍á.
sábado, outubro 14, 2006
Tentamos ignorá-la
Muhammad Yunus, inventor do conceito do micro-crédito, é o novo Nobel da Paz. A sua é uma história bonita que começa com a grande fome em Bangladesh no ano de 1974.
‘Nós tentamos ignorá-la’, ele diz. ‘Mas as pessoas que mais pareciam esqueletos começaram a aparecer na capital, Dhaka. ‘Então aqueles um e outro se transformaram numa enchente de pessoas. Eles ficavam tão imóveis ao sentar que não dava para ter certeza se estavam vivos ou mortos. Todos se pareciam: homens, mulheres, crianças. Os velhos pareciam crianças e as crianças pareciam velhos.’
A emoção que ele sentiu um dia estudando economia e ensinando seus alunos a respeito de teorias econômicas elegantes que supostamente poderiam curar os males da sociedade desapareceu. Conforme a fome piorava ele começou a odiar as coisas que dizia em aula.
‘Nada nas teorias econômicas que eu ensinava refletia a vida ao meu redor. Como é que eu poderia contar a meus alunos histórias de faz de conta em nome da economia? Eu precisava fugir dos livros texto para descobrir a economia da vida real de uma pessoa pobre.’
Yunnus tentou muita coisa nos dez anos seguintes mas nada, ele percebeu, dava tão certo quanto o empréstimo de muito pouco dinheiro. Ele inverteu o princípio seguido por todos os bancos da história: ao invés de cobrar de quem levava o dinheiro que provassem as condições de pagar, queria que provassem a total falta de condições; ao invés de preferir emprestar para homens, que em geral têm maior capacidade de ganho financeiro, preferiu mulheres que planejam a mais longo prazo e dividem lucros com a família.
Seu Banco Grameen, com quem divide o Prêmio Nobel da Paz, foi fundado em 1984. Já emprestou 4,7 bilhões de dólares para 4,4 milhões de famílias em seu país. É distribuição de renda, um dos planos mais ousados de distribuição de renda em curso. Não é um Nobel político, do tipo uma indireta para um governo ou para outro, como muitas vezes é o Nobel da Paz.
Mas tem um recado embutido aí: eliminando a pobreza, a paz fica mais perto, não importa onde.
Yunnus, que é um otimista, acha que no futuro as pessoas irão ao museu para saber como era pobreza.
Fonte: No mínimo weblog
_____________________________________________________________________________
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário